Estudo da BSA|The Software Alliance revela: 47% dos softwares utilizados no Brasil não são licenciados, taxa que supera inclusive a média mundial, de 39%. Em uma conta simples, pode parecer uma grande vantagem equipar os computadores da empresa com cópias ilegais mais baratas, ou ainda comprar apenas uma licença e fazer reproduções não autorizadas para várias máquinas. Mas além de ser uma prática ilegal, passível de detenção e ação civil indenizatória que pode chegar a até três mil vezes o valor do programa original, essa é uma medida que pode causar prejuízos enormes e de várias maneiras diferentes – e que certamente vão muito além daqueles valores considerados na ponta do lápis.
Software pirata não possui manual ou assistência técnica. Por ser de baixa qualidade, muitas vezes não funciona dentro do esperado e pode provocar falhas ou panes nos computadores e nas redes. Também não recebe atualizações que, em geral, resolvem problemas de segurança identificados pelo fabricante. Com isso, fica vulnerável a todo tipo de ataque. Não por acaso o Brasil ocupou o segundo lugar no ranking mundial de perdas com ciberataques em 2017, com danos de mais de R$ 4 bilhões.
Se o alvo dos criminosos forem dados sensíveis como CPF, números de cartões de crédito ou contas bancárias, a empresa pode ainda ser responsabilizada pelas eventuais consequências sofridas pelos clientes. A má reputação também pesa no bolso, com valor médio de negócios perdidos calculados em quase R$ 2 bilhões no ano passado.
Consequência direta deste quadro, o custo mais perverso da pirataria é o social. Empresas com perdas financeiras afetam a economia, reduzem empregos, cortam pesquisas e projetos. A arrecadação de impostos cai, desenvolvedores dos softwares não são adequadamente remunerados, o mercado brasileiro encolhe e passa a ser visto pelos grandes players de tecnologia como inseguro para investimento em novos produtos e serviços.
Não há dúvida de que um grande número de licenças originais pode onerar as operações de uma empresa, principalmente as de médio e pequeno porte. Mas há soluções intermediárias – e legais – que podem atender as demandas com melhor custo/benefício. Uma consultoria especializada é um recurso acessível para evitar gastos desnecessários e garantir maior eficiência. Além de analisar qual a estrutura exata exigida – número de funcionários que realmente precisam utilizar determinado programa, por exemplo – tem uma visão ampla e atualizada de todos os programas disponíveis e suas versões, algumas mais em conta que outras, mas todas adquiridas de fornecedores oficiais. E para garantir a regularidade destes ativos tecnológicos, ajuda a elaborar uma política interna de utilização de softwares, com procedimentos simples, mas que impedem a instalação de cópias piratas ou uso inadequado.